Um estudo feito por acadêmicos canadenses afirma que o altruísmo e generosidade atribuídos à Madre Teresa de Calcutá não passaram de um mito. Geneviève Chénard, pesquisadora do Departamento de Psicoeducação da Universidade de Montreal, é Co-autora de uma pesquisa inédita que expõe uma face pouco conhecida da religiosa. Geneviève reviu, com dois colegas (Serge Lariveee e Carole Sénéchal), 287 documentos sobre a freira e concluíram que a imagem sacra da beata teria sido produto de uma forte campanha publicitária feita pela Igreja Católica.
De acordo com os pesquisadores, as discrepâncias entre a realidade e a biografia heroica da santa vão da administração das sedes das congregações das Missionárias da Caridade à natureza da fé de Madre Teresa. Os autores do trabalho concluíram que Madre Teresa estava muito mais disposta a orar pelos pobres do que a oferecer atendimento médico prático. Ela abrigava pobres e doentes em péssimas condições, apesar do acesso que tinha a milhões de dólares recebidos graças às doações para uma fundação criada por ela para ajudar ao próximo.
Eles afirmam ainda que o Vaticano deixou de lado as preocupações sobre a personalidade dela, suspeitos contatos e transações financeiras envolvendo a missionária. “Vimos, por exemplo, que a congregação era pouco criteriosa na hora de aceitar doações em dinheiro”, afirma Geneviève. Da análise documental, a impressão que ficou é que, para a organização, dinheiro era dinheiro, independentemente de onde vinha. Seguindo essa lógica, Madre Teresa se associou a ditadores e famosos salafrários que, nas horas vagas, se dedicavam à filantropia.
De Jean-Claude Duvalier, por exemplo, ditador do Haiti acusado de corrupção e violação de direitos humanos, ela recebeu não só dinheiro, mas também uma homenagem. Já com James Keating, nebuloso investidor do mercado imobiliário americano de quem obteve patrocínio, a religiosa topou até fazer foto. No auge da arrecadação, estima-se que a congregação tinha o equivalente a R$ 102 milhões em caixa. “E o mais curioso é que, mesmo com tanto dinheiro, as condições dos doentes nas sedes era terrível”, diz Geneviève.
O estudo afirma que a freira mantinha 517 missões em mais de cem países no momento de sua morte, mas que a maioria desses pacientes não recebiam cuidados apropriados, e muitos eram deixados para morrer. A pesquisa questiona até mesmo um dos milagres atribuídos a ela, a cura de um cisto no ovário da indiana Monica Besra, que na verdade teria sido resultado de remédios dados por médicos.
Aparentemente, todo o dinheiro arrecadado ia para a expansão das obras e não para a melhoria das condições de atendimento aos doentes nas instituições que já funcionavam. E as condições eram terríveis. Relatos de médicos que fizeram visitas aos centros de tratamento e cuidado geridos pela congregação apontaram, além da falta higiene crônica, ausência de equipamentos básicos para os cuidados prestados e tratadores sem treinamento ou qualificação. Seringas eram lavadas com água fria de torneira e doenças graves eram tratadas com analgésicos simples, como o paracetamol. “Talvez esse descaso fosse parte da ética da religiosa, que via o sofrimento dos outros como algo que os aproximava de Cristo”, diz Geneviève. Em mais de uma ocasião Madre Teresa celebrou a dor como algo que enobrece. “O mundo ganha com esse sofrimento”, chegou a dizer. Curiosamente, quando adoecia, ela não se tratava nos centros geridos por ela, mas sim em hospitais de ponta na Índia e nos Estados Unidos.
Documentário do investigador Christopher Hitchens, que é um resumo de seu livro onde ele revela o fruto de sua investigação sobre a Madre.
Pois é...eu já havia lido uma matéria que falava da ligação da Madre Tereza com ditadores e tals. Assim como podemos ver muitos textos na internet que falam da ligação entre igreja católica e o nazismo, antes do início da segunda guerra mundial. Parece que poder e religião não conseguem se manter afastados neah...
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