Adolf Hitler foi um ditador alemão, que nasceu em 20 de abril de 1889 em Braunau am Inn, Império Austro-Húngaro (atualmente na Áustria), responsável por uma das maiores carnificinas da história durante a Segunda Guerra Mundial.
A família
Pouco se sabe sobre sua vida no período do nascimento até à entrada na política, logo após a Primeira Guerra Mundial. Ele parece não ter feito nada de relevante até o momento em que iniciou a sua vida militar. Hitler envergonhava-se das suas origens humildes. As suas declarações em seu livro "Mein Kampf", sobre a sua infância, serviram, sobretudo para promoção pessoal e são, por isso, pouco confiáveis.
Hitler foi o quarto dos seis filhos do funcionário de alfândega Alois Hitler e sua terceira mulher, Klara Hitler (nascida Pölzl). O seu pai, Alois, nascera como filho ilegítimo e até os seus quarenta anos de idade, usou o sobrenome da sua mãe, Schicklgruber.
Em 1876, passou a empregar o nome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome foi alterado para "Hitler" por erro de um escrivão, depois dele ter feito esforços junto de um sacerdote responsável pelos registros de nascimento para que fosse declarada a paternidade, já depois da morte do seu padrasto.
A mãe de Hitler, Klara Hitler, era prima em segundo grau do seu pai. Ele trouxe-a para sua casa para tomar conta dos seus filhos, enquanto a sua esposa que estava muito doente e prestes a morrer, era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se, pela terceira vez, com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão especial da Igreja Católica, concedida exatamente quando Klara já se mostrava visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos de Alois. No entanto, apenas Adolf, o quarto filho, e Paula, sua irmã mais nova, sobreviveram à infância.
A infância
Adolf Hitler morava numa pequena localidade perto de Linz, na província da Alta-Áustria, próximo da fronteira alemã, e que na época era parte do Império Austro-Húngaro.
Em função das várias mudanças de domicílio por motivos profissionais do pai, Hitler frequentou várias escolas, de forma desinteressada em oposição ao pai que lhe queria impor a carreira de funcionário público. Conforme declarações posteriores, Adolf Hitler queria seguir a carreira de pintor artístico, e efetivamente foi considerado excelente desenhista, avesso, contudo, a atividades de caráter repetitivo.
A juventude
Hitler era um rapaz inteligente, porém, mal-humorado. Por ser desde cedo boêmio, em 1907 fez exames de admissão à Academia de Belas-Artes de Viena e foi reprovado por duas vezes seguidas. Ali, começou a alimentar ideias pangermânicas (movimento político do século XIX que defendia a união dos povos germânicos da Europa central), fortalecidas pelas leituras que o seu professor, Leopold Poetsch, um antissemita bastante admirado pelo jovem Hitler.
Ele era devotado à sua complacente mãe e, não gostava do pai, que apreciava a disciplina e o educava severamente, além de não compartilharem muitas ideias políticas. Em seu livro "Mein Kampf", Hitler é respeitoso para com a figura de seu pai, mas não deixa de referir discussões irreconciliáveis que teve com ele acerca da sua firme decisão em se tornar artista.
Em janeiro de 1903 Alois Hitler, morreu vítima de apoplexia. E em Dezembro de 1907 Klara, de cancro, o que o afetou bastante. Assim, após o falecimento dos pais, Adolf Hitler com dezenove anos de idade, partiu para Viena, onde tinha esperança de se tornar um artista. Ele tinha uma pensão por orfandade, que acabaria perdendo aos 21 anos, em 1910.
Nos anos seguintes, após a reprovação na escola de Belas Artes, permaneceu em Viena sem um emprego fixo, vivendo inicialmente do apoio financeiro de sua tia Johanna Pölzl, de quem recebeu uma herança. Chegou a pernoitar num asilo para mendigos na zona de Meidling no outono de 1909. Os outros mendigos deram-lhe a alcunha de "Ohm Krüger".
Teve depois a ideia de copiar postais e pintar paisagens de Viena - uma ocupação com a qual conseguiu financiar o aluguel de um apartamento, na rua Meldemann. Pintava cenas copiadas de postais e vendia-as a mercadores, simplesmente para ganhar dinheiro, não considerando as suas pinturas uma forma de arte.
Ao contrário do mito popular, fez uma boa vida como pintor, ganhando mais dinheiro do que se tivesse um emprego regular como empregado bancário ou professor do liceu, e tendo de trabalhar menos horas.
Primeira Guerra Mundial
Em agosto de 1914, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, Hitler apresentou-se como voluntário. Serviu na França e Bélgica, e participou como cabo na função de mensageiro, uma posição muito perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez da proteção proporcionada por uma trincheira, na Front de batalha.
A folha de serviço de Hitler foi exemplar, mas nunca foi promovido além de cabo, que era a patente mais alta oferecida a um estrangeiro no Exército Alemão na época. O seu cargo, num lugar baixo da hierarquia militar, refletia a sua posição na sociedade quando entrou para o exército.
Não estava autorizado a comandar qualquer agrupamento de soldados, por menor que fosse. Foi condecorado duas vezes por coragem em ação. Em dezembro de 1914 foi condecorado com a Cruz de Ferro de II Classe (Eisernes Kreuz II Klasse). Em outubro de 1916 foi ferido na perna, e após internação hospitalar voltou ao Fronte em março de 1917. Em 15 de Outubro de 1918 Hitler sofreu um ataque com gás na Batalha de Ypres, tendo ficado temporariamente cego. No mesmo ano foi condecorado com a Cruz de Ferro de I Classe (uma distinção raramente atribuída a não oficiais, até porque Hitler não podia ascender a uma graduação superior, já que não era cidadão alemão).
Durante a guerra, Hitler desenvolveu um patriotismo alemão apaixonado, apesar de não ser cidadão alemão. Ficou chocado pela capitulação da Alemanha em novembro de 1918, sustentando a ideia de que o exército alemão não tinha sido, de fato, derrotado. Como muitos nacionalistas alemães, culpou os políticos civis (os "criminosos de Novembro") pela capitulação.
Pós guerra
Ao término da Primeira Grande Guerra, Hitler permaneceu no exército, que se tornou ativo na supressão de revoltas socialistas que surgiam pela Alemanha, incluindo Munique, para onde Hitler regressou em 1919.
Apesar do baixo salário, Hitler continuou ligado ao exército. Fez parte dos cursos de "pensamento nacional" organizados pelos departamentos da Educação e propaganda do grupo da Reichswehr da Baviera, sob o comando do capitão Mayr. Um dos principais objetivos deste grupo foi o de criar um bode expiatório para os resultados da Guerra e a derrota da Alemanha. Este bode expiatório foi encontrado no "judaísmo internacional", nos comunistas, e nos políticos de todos os setores.
Hitler foi então designado pelo quartel-general para se infiltrar num pequeno partido nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). Ele aderiu ao partido recebendo o número de membro 555 (a numeração começara em 500, por orientação de Hitler, para dar a impressão de que o partido tinha uma dimensão maior do que a verdadeira), em setembro de 1919. Para Hitler, que tinha vivido os horrores da guerra, a questão da culpa era essencial. Já influenciado pela ideologia anti-semita, acreditava avidamente na responsabilidade dos judeus, tornando-se um divulgador eficiente da propaganda concebida por Mayr e seus superiores.
Em julho de 1919, devido à sua inteligência e dotes oratórios, Hitler foi nomeado líder e elemento de ligação do "comando de esclarecimento" com o objetivo de influenciar outros soldados com as mesmas ideias.
No mesmo mês, Hitler escreveu aquele que é geralmente tido como o seu primeiro texto anti-semita, um "relatório sobre o Anti-Semitismo" requerido por Mayr para Adolf Gemlich, que participara nos mesmos "cursos educacionais" em que Hitler havia participado.
Neste relatório ao seu superior, Hitler fez a apologia de um "Anti-semitismo racional" que não recorreria aos pogroms (é um ataque violento maciço a pessoas, com a destruição simultânea do seu ambiente), mas que "lutaria de forma legal para remover os privilégios gozados pelos judeus em relação a outros estrangeiros vivendo entre eles. O seu objetivo final, no entanto, deveria ser a remoção irrevogável dos próprios judeus".
A partir de 1920, começou a participar plenamente nas atividades do partido. Posteriormente se tornou líder do partido e mudou o seu nome para Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), normalmente conhecido como partido Nazista. O partido adotou a suástica (supostamente um símbolo do "Arianismo") e a saudação romana, também usada pelos fascistas italianos.
Serviu-se, depois, do apoio da Sturmabteilung, uma milícia paramilitar de homens, que vagueavam pelas ruas atacando esquerdistas e minorias religiosas e gritando slogans da propaganda, que criou em 1921, para aparentar um ambiente de apoio popular.
O Partido Nazista era nesta altura constituído por um pequeno número de extremistas de Munique. Mas Hitler descobriu que tinha dois talentos: o da oratória pública e o de inspirar lealdade pessoal. A sua oratória, atacando os judeus, os comunistas, os liberais e os capitalistas, começou a atrair simpatizantes. Alguns dos seguidores desde o início foram Rudolf Hess, Hermann Göring, e Ernst Röhm, o líder da SA. Outro admirador foi o marechal de campo Erich Ludendorff.
O golpe fracassado e Ascensão ao poder
O Putsch da Cervejaria ou Putsch de Munique foi uma desastrosa tentativa de golpe de Adolf Hitler e seu Partido Nazista contra o governo da região alemã da Baviera, ocorrida em 9 de novembro de 1923.
A expressão "Putsch (golpe em alemão) da Cervejaria" origina-se da cervejaria Burgebräukeller, lugar em que o partido nazista se reunia, e foi uma das mais famosas cervejarias de Munique. Tendo reunido um grupo de seguidores, Hitler sinalizou o início da "revolução" com um tiro no teto. No confronto com as forças da ordem, 16 nazistas foram mortos. A propaganda nazista transformou esses mortos, posteriormente, em heróis da causa nacional-socialista.
O objetivo do partido era tomar as rédeas do governo bávaro para, em seguida, tentar tomar o poder em todo o país. Mas a ação foi rapidamente controlada pela polícia bávara, então Hitler e vários correligionários – entre eles Rudolf Hess – acabaram presos.
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Rudolf Hess |
Após sua prisão, Hitler foi considerado relativamente inofensivo e anistiado, sendo libertado da prisão em dezembro de 1924. Durante este tempo, o partido nazista quase acabou e Hitler necessitou de um grande esforço para o reconstruir. Ele fundou um grupo que se tornou um dos seus instrumentos fundamentais na persecução dos seus objetivos. Ja que a Sturmabteilung (milícia paramilitar nazista durante o período em que o Nacional Socialismo exercia o poder na Alemanha) do capitão Erns Röhm, não era confiável e formava uma base separada de poder dentro do partido, Hitler estabeleceu uma guarda para sua defesa pessoal, a Schutzstaffel ("Unidade de Proteção" ou SS). Esta tropa de elite usava uniformes preto, seria comandada por Heinrich Himmler, o principal executor dos seus planos relativamente à "Questão Judia" durante a Segunda Guerra Mundial.
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Heinrich Himmler |
Criou também numerosas organizações de filiação (Juventudes Hitleristas, associações de mulheres, etc.). O Partido nazista teve em 1929 uma progressão semelhante à do partido fascista de Benito Mussolini, beneficiando-se do mal-estar econômico, político e social decorrente da derrota de 1918 e, depois, da crise de 1929.
Um elemento vital do apelo de Hitler era o sentimento de orgulho nacional ofendido pelo Tratado de Versalhes imposto ao Império Alemão pelos Aliados da Primeira Guerra Mundial. O Império Alemão perdeu território para a França, Polônia, Bélgica e Dinamarca, e teve de admitir a responsabilidade única pela guerra, desistir das suas colônias e da sua marinha e pagar uma grande soma em reparações de guerra, um total de $6.600.000 (32 bilhões de marcos).
Uma vez que a maioria dos alemães não acreditava que o Império Alemão tivesse começado a guerra e não acreditava que havia sido derrotado, eles ressentiam-se destes termos amargamente.
Apesar das tentativas iniciais do partido de ganhar votos culpando o "judaísmo internacional" por todas estas humilhações não terem sido bem sucedidas com o eleitorado, o partido aprendeu rapidamente e criou uma propaganda mais sutil - que combinava o Antissemitismo com um ataque às falhas do "sistema da Republica de Weimar" (República implementada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial) e os partidos que o suportavam. Esta estratégia começou a dar resultados.
O ponto de virada em benefício de Hitler veio com a Grande Depressão que atingiu a Alemanha em 1930. O regime democrático estabelecido na Alemanha em 1919, a chamada República de Weimar, nunca tinha sido genuinamente aceita pelos conservadores e tinha a oposição aberta dos fascistas.
As eleições de Setembro de 1930 foram uma vitória para o partido Nazista, que de repente se levantou da obscuridade para ganhar mais de 18% dos votos e 107 lugares no "Reichstag" (parlamento alemão), tornando-se o segundo maior partido. A sua subida foi ajudada pelo império de mídia controlado por Alfred Hugenberg, de direita.
Hitler ganhou votos entre a classe média alemã, que tinha sido atingida pela inflação dos anos 1920 e o desemprego oriundo da grande depressão. Agricultores e veteranos de guerra foram outros grupos que apoiaram em especial os nazistas. As classes trabalhadoras urbanas, em geral, ignoraram os apelos de Hitler. As cidades de Berlim e da Bacia do Ruhr (norte da Alemanha protestante) eram-lhe particularmente hostis.
A eleição de 1930 foi um desastre para o governo de centro-direita de Heinrich Brüning, que estava agora impossibilitado de obter qualquer maioria no parlamento alemão, e teve de contar com a tolerância dos sociais democratas (esquerda) e o uso de poderes presidenciais de emergência para permanecer no poder.
Com as medidas de controle de gastos de Brüning mostrando pouco sucesso face aos efeitos da depressão, o governo teve receio das eleições presidenciais de 1932 e procurou obter o apoio dos nazistas para a extensão do termo presidencial de Paul von Hindenburg, mas Hitler recusou qualquer acordo, e acabou por competir com Hindenburg na eleição presidencial, obtendo o segundo lugar na primeira fase da eleição, e obtendo mais de 35% dos votos em abril, na segunda fase, apesar das tentativas do ministro do interior Wilhelm Gröner e do governo social-democrata prussiano para restringir as atividades públicas nazistas, incluindo notoriamente a proibição das SA.
Os embaraços da eleição puseram fim à tolerância de Hindenburg com Brüning, e o velho marechal-de-campo demitiu o governo, nomeando um novo governo sob o comando do reacionário Franz von Papen, que imediatamente revogou a proibição das SA e convocou novas eleições do parlamento
Nas eleições de julho de 1932, os nazistas tiveram o seu melhor resultado até então, obtendo 230 lugares no parlamento e tornando-se o maior partido alemão.
Nazistas e comunistas detinham a maioria do parlamento, e a formação de um governo estável de partidos era impossível e no seguimento do voto de desconfiança no governo Papen, apoiado por 84% dos deputados, o parlamento recém-eleito foi dissolvido e foram convocadas novas eleições.
Papen e o Partido do Centro tentaram abrir negociações assegurando a participação no governo, mas Hitler fez grandes exigências, incluindo o posto de Chanceler da Alemanha e o acordo do presidente para poder usar poderes de emergência de acordo com o artigo 48 da Constituição de Weimar. Estas falhas em formar um governo, juntamente com os esforços dos Nazistas de ganhar o apoio da classe trabalhadora, alienaram parte do apoio de prévios votantes, de modo que nas eleições de Novembro de 1932, o partido nazista perdeu votos, apesar de se manter como o maior partido do Reichstag.
Uma vez que Papen falhou na tentativa de assegurar uma maioria através da negociação e trazer os nazistas para o governo, Hindenburg demitiu-o e nomeou para o seu lugar o General Kurt von Schleicher, desde há muito uma figura influente e que recentemente ocupara o cargo de Ministro da Defesa, que prometeu assegurar um governo majoritário com negociações quer com os sindicatos sociais democratas quer com os dissidentes da facção nazi liderada por Gregor Strasser.
Em 2 de agosto de 1934, Hindenburg morreu. Hitler apoderou-se do seu lugar, fundindo as funções de Presidente e de Chanceler, passando a se auto intitular de Líder (Führer) da Alemanha e requerendo um juramento de lealdade a cada membro das forças armadas. Esta fusão dos cargos, aprovada pelo parlamento poucas horas depois da morte de Hindenburg, foi mais tarde confirmada pela maioria de 89,9% do eleitorado no plebiscito de 19 de agosto de1934.
Desde o início, o regime teve oposição interna. Hitler sofreu diversos atentados contra sua vida. Como exemplo, em 8 de novembro de 1939, Georg Elser, numa ação solitária, tentou assassiná-lo. Os grupos oposicionistas organizados existentes no país eram pequenos, sem forças e carentes de coordenação central. Este movimento de resistência antinazista interno ficou conhecido genericamente como resistência alemã.
Após ter assegurado o poder político sem ter ganhado o apoio da maioria dos alemães, Hitler tratou de consegui-lo, e na verdade, permaneceu fortemente popular até ao fim do seu regime. Com a sua oratória e com todos os meios de comunicação alemães sob o controle do seu chefe de propaganda, o Dr. Joseph Goebbels, ele conseguiu convencer a maioria dos alemães de que ele era o salvador da Depressão, dos Comunistas, do tratado de Versalhes, e dos judeus.
Para todos aqueles que não ficaram convencidos, as SA, a SS e Gestapo (Polícia secreta do Estado) tinham mãos livres, e milhares desapareceram em campos de concentração, como o Campo de Concentração de Dachau, perto de Munique, criado em 1933, o primeiro de todos e um modelo para os demais. Milhares de pessoas emigraram, incluindo cerca da metade dos judeus, que fugiram, sobretudo para a Inglaterra, Israel (na época chamada de Palestina, sob domínio Inglês) e os Estados Unidos.
Na noite de 29 para 30 de junho de 1934, a chamada "Noite das facas longas", Hitler autorizou a ação contra Ernst Röhm, o líder das SA, que acabaria por ser assassinado. Himmler tinha conspirado contra Röhm, apresentando a Hitler "provas" manipuladas de que Röhm planejava o assassínio de Hitler.
Com as Leis de Nuremberg de 1935, os judeus que até então não tinham emigrado, perderam a sua condição de cidadãos alemães e foram banidos de quaisquer lugares na função pública, de exercer profissões ou de tomar parte na atividade econômica. Foram acrescidamente sujeitos a uma nova e violenta onda de propaganda difamatória. Estas restrições foram mais tarde apertadas mais estritamente, particularmente após a operação anti-semita de 1938 conhecida como Kristallnacht (Noite dos Cristais).
O regime tentou controlar a igreja protestante alemã criando o conceito anti-semita de "cristianismo positivo", fundando a Igreja Nacional do Reich e o Movimento Cristão Alemão. Para resistir a esta tentativa de controle do Estado sobre a Igreja, Dietrich Bonhoeffer, Martin Niemöller e outros evangélicos alemães fundaram a Igreja Confessante.
A partir de 1941, os judeus foram obrigados a usar a estrela amarela em público, para serem facilmente reconhecidos e considerados "inferiores". Entre novembro de 1938 e setembro de 1939, mais de 180.000 judeus fugiram da Alemanha; os Nazis confiscaram toda a propriedade que ficara para trás.
Segunda Guerra Mundial
Nos três anos seguintes, Hitler obteve uma série quase inabalada de sucessos militares. A Polônia foi rapidamente derrotada e dividida com os soviéticos. Em abril de 1940, a Alemanha invadiu a Dinamarca e a Noruega. Em maio, a Alemanha iniciou uma ofensiva relâmpago, conhecida por "Blitzkrieg", que rapidamente ocupou a Holanda, Bélgica, Luxemburgo e França, (esta última se rendeu em seis semanas).
Nesta altura, Aristides Sousa Mendes era o cônsul de Portugal em Bordeaux e salvou a vida de dezenas de milhares de refugiados, muitos dos quais eram judeus e que assim se salvaram do Holocausto. Contra as instruções expressas de Salazar, Aristides concedeu visto de entrada para Portugal aos refugiados que o procuravam.
Em abril de 1941, a Iugoslávia e a Grécia foram invadidas por exércitos alemães. Forças ítalo-alemãs avançavam também pelo norte de África em direção ao Egito.
Estas invasões foram acompanhadas do bombardeamento de cidades indefesas tais como Varsóvia, Roterdã e Belgrado.
A única derrota de Hitler nesta fase foi o fracasso do seu plano de bombardear e posteriormente invadir a Inglaterra. A Força Aérea Real (RAF) acabaria por vencer no ar a Batalha da Inglaterra. A incapacidade de adquirir supremacia nos céus britânicos significou que a "Operação Leão Marinho", o plano de invadir a Grã-Bretanha, foi cancelada.
A 22 de junho de 1941 foi desencadeada a Operação Barbarossa. As forças de Hitler invadiram a União Soviética, rapidamente se apoderando da terça-parte da Rússia Europeia, cercando Leningrado e ameaçando Moscou. No inverno, os exércitos alemães foram detidos às portas de Moscou com o rompimento da frente pelos russos, mas no verão seguinte, a ofensiva continuou. Em julho de 1942, os exércitos de Hitler chegavam ao Volga. Aqui, eles foram derrotados em 2 de fevereiro de 1943 na Batalha de Stalingrado, a primeira grande derrota alemã na Guerra e que se tornaria o marco decisivo do início da derrota do III Reich.
No norte de África, os ingleses derrotaram os alemães na batalha de El Alamein, destroçando o plano de Hitler de se apoderar do Canal do Suez e do Oriente Médio.
A derrota e o suicídio
A partir de 1943, a queda alemã tornou-se inevitável e o atentado de 20 de julho de 1944 contra Hitler, ocorrido no Wolfsschanze (Toca do Lobo), revelou a força da oposição interna. Nessa época a saúde de Hitler estava muito debilitada, possuía problemas cardíacos, era hipocondríaco, sofria de insônia, sofria também de mal de Parkinson e estava envelhecendo precocemente. Após uma última derrota (ofensiva das Ardenas, em dezembro de 1944), Hitler refugiou-se em um bunker (esconderijo) na cidade de Berlim (o Führerbunker), onde mais tarde cometeria suicídio em 30 de abril de 1945.
Uma maioria dos relatos históricos sustenta a tese do suicídio de Hitler. No entanto, existem rumores na América Latina segundo os quais Hitler teria fugido para um país da América do Sul onde teria morrido com uma doença incurável, tendo sido um sósia a morrer no bunker em Berlim. O mesmo teria acontecido com Eva Braun, sua noiva, com quem teria se casado pouco antes do suicídio. Segundo alguns historiadores, Braun teria se casado com ele somente depois de jurar "fidelidade" e prometer que se mataria junto com ele. Seus corpos não foram encontrados, ele teria mandado sua guarda cremá-los, talvez para que não houvesse nenhum modo do inimigo torturá-lo nem vivo, e nem após sua morte.
Uma segunda corrente de historiadores acredita que o fim da vida de Adolf Hitler teria ocorrido com a destruição de seu esconderijo em Berlim, por um grande ataque aéreo dos aliados já no fim da grande guerra. Acreditam ainda que, após este ataque, os corpos de Eva Braun e do braço direito de Hitler, Heinrich Himmler, também foram encontrados, mas em melhores condições que o do próprio Hitler: tinham em seus corpos queimaduras e marcas das ferragens, já o de Adolf estava carbonizado, sendo reconhecido apenas pela sua vestimenta e seu bigode. O reconhecimento do corpo de Hitler foi feito por seus próprios comandantes e soldados capturados. Pelo fato dos corpos terem sido encontrados carbonizados, os aliados teriam vinculado a notícia de que seus corpos não foram encontrados, mas se sabe, através de relatos, que não fora a ordem de Hitler para cremar seus corpos o real motivo para os mesmos terem sido localizados desta forma, mas sim o da explosão de uma bomba que teria destruído o refugio onde ele e seus fiéis colaboradores se encontravam. As autópsias feitas nos corpos encontrados em Berlim revelaram que em um dos corpos havia uma bala de pistola. Boatos dizem que era a arma com a qual Hitler havia se matado antes da bomba cair em seu esconderijo, ou ainda que um dos seus colaboradores havia disparado contra Hitler para que o mesmo não fosse capturado vivo pelos aliados.