As 5 mais importantes obras sobre demônios, as suas hierarquias(a denominada demonologia), são:
I- O Malleus Maleficarum
O Martelo das Bruxas ou O Martelo das Feiticeiras (título original em latim: Malleus Maleficarum) é uma espécie de manual de diagnóstico para bruxas, publicado em 1487, dividindo-se em três partes: a primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes; a segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os; e a terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las.
O “Martelo das Feiticeiras”,é provavelmente o tratado mais importante que foi publicado no contexto da perseguição da bruxaria do Renascimento. Trata-se de um exaustivo manual sobre a caça às bruxas, publicado primeiramente na Alemanha em 1487, e que logo recebeu dezenas de novas edições por toda a Europa, provocando um profundo impacto nos juízos contra as bruxas no continente por cerca de 200 anos. A obra é notória por seu uso no período de histeria da caça às bruxas, que alcançou sua máxima expressão entre o início do século XVI e meados do século XVII.
O Malleus Maleficarum foi compilado e escrito por dois inquisidores dominicanos, Heinrich Kraemer e James Sprenger. Os autores fundamentavam as premissas do livro com base na bula Summis desiderantes, emitida pelo Papa Inocêncio VIII em 5 de dezembro de 1484, o principal documento papal sobre a bruxaria. Nela, Sprenger e Kramer são nomeados (Iacobus Sprenger e Henrici Institoris) para combater a bruxaria no norte da Alemanha, com poderes especiais.
Kramer e Sprenger apresentaram o Malleus Maleficarum à Faculdade de Teologia da Universidade de Colônia, na Alemanha, em 9 de maio de1487, esperando que fosse aprovado.
Entretanto, o clero da Universidade o condenou, declarando-o tanto ilegal como antiético. Kramer, porém, inseriu uma falsa nota de apoio da Universidade em posteriores edições impressas do livro. A data de 1487 é geralmente aceita como a data de publicação, ainda que edições mais antigas da obra tenham sido produzidas em 1485 ou 1486. A Igreja Católica proibiu o livro pouco depois da publicação, colocando-o na Lista de Obras Proibidas (Index Librorum Prohibitorum). Apesar disso, entre os anos de 1487 e 1520, a obra foi publicada 13 vezes. Entre 1574 e a edição de Lyon de 1669, o Malleus recebeu um total de 16 novas reimpressões.
A suposta aprovação inserida no início do livro contribuiu para sua popularidade, dando-lhe a impressão de que havia recebido um respaldo oficial. O texto chegou a ser tão popular que vendeu mais cópias que qualquer outra obra, à exceção da Bíblia, até a publicação d'El Progreso del Peregrino, de John Bunyan, em 1678.
Os efeitos do Malleus Maleficarum se espalharam muito além das fronteiras da Alemanha, provocando grande impacto na França e Itália, e, em grau menor, na Inglaterra.
Embora a crença popular consagrasse o Malleus Maleficarum como o clássico texto católico romano, no que cabia à bruxaria, a obra nunca foi oficialmente usada pela Igreja Católica. Kramer foi condenado pela Inquisição em 1490, e sua demonologia considerada não acorde com a doutrina católica. Porém, seu livro continuou sendo publicado, sendo usado também por protestantes em alguns de seus julgamentos contra as bruxas.
No Brasil foi publicado pela editora Três em 1976 com o título "MANUAL DA CAÇA ÀS BRUXAS (Malleus Maleficarum)" e posteriormente pela editora Rosa dos Tempos com o título "O Martelo das Feiticeiras".
II- Demonolatria
Remy escreveu uma porção de poemas e vários livros sobre história, mas é conhecido pelo seu Daemonolatreiae libri tres ("Demonolatria"), publicado em Lyon em 1595. O livro foi reimpresso várias vezes, traduzido para o alemão e, eventualmente, substituiu o Malleus Maleficarum como o manual de caça às bruxas mais reconhecido em partes da Europa.
De acordo com Remy, o Diabo poderia aparecer ante as pessoas na forma de um homem ou animal negro e apreciava missas negras. Demônios poderiam também manter relações sexuais com mulheres e, caso estas não concordassem, cometeriam estupro.
Remy afirmou ser o responsável pela morte de mais de novecentas pessoas julgadas como bruxas entre 1582 e 1592. Não há como confirmar isso através de registros que tenham sobrevivido, mas Remy citou mais de cem casos específicos em Demonolatria.
Ele professava a fé católica e realizou seu trabalho com as bênçãos da Igreja, porém não era sacerdote e casou-se pelo menos uma vez (possivelmente duas) e teve vários filhos. Um deles, um filho favorito, foi supostamente morto num acidente quando Remy ainda iniciava sua carreira jurídica, após ser amaldiçoado por uma mendiga idosa à qual ele se negou a dar esmolas. Este incidente de 1582 deu início à carreira de caçador de bruxas de Remy. Teve sucesso em processar a mendiga por enfeitiçar seu filho e ela obteve pena de morte. Encontrar bruxas tornou-se um assunto muito pessoal para Remy. Em 1592 Remy aposentou-se e se mudou para o interior fugindo da peste. Lá, compilou notas de sua campanha de dez anos contra a bruxaria em Demonolatria.
III- Compendium Maleficarum
Final do século XVI, início do XVII. Segundo os cronistas da época, a magia e a bruxaria estavam espalhadas em todas as partes, "não deixando país, cidade, vila, distrito ou classe social imune". Foi nessa época que o Monge Ambrosiano Francesco Maria Guazzo, compilou este que é considerado um dos mais importantes manuais sobre os aspectos da bruxaria, dando muitos exemplos sobre sua manifestação e prática.
Este extraordinário documento, considerado um dos mais importantes manuais jamais recopilados sobre bruxaria, oferece uma surpreendente visão do princípio do século XVI e das tentativas da sociedade em combater os males que viam manifestar-se na bruxaria. Nesta coleção de escritos, Francesco Maria Guazzo, descreve, compreensiva e penetrantemente, toda a prática e ofício da bruxaria. Publicado pela primeira vez em 1608, os comentários vieram em um momento adequado. Relatos contemporâneos afirmavam que a bruxaria “se estendia em todas as direções”, deixando a nenhuma região, cidade, povo, distrito, a nenhuma classe da sociedade, livre de sua prática.
Ele descreveu as onze formulas ou cerimônias que antecedem o voto à Satã, supostamente necessário para participar do Sabbat. Além disso, Guazzo deu descrições detalhadas sobre as relações sexuais entre homens e incubus, bem como entre mulheres e sucubius.
Guazzo estabeleceu também uma classificação dos demônios, inspirado pela obra anterior de Miguel Pselo.
Reproduzida de uma rara edição limitada, publicada em 1926 e complementada por muitas notas editoriais de grande erudição pelo Rev. Montague Summers, o Compendium Maleficarum inclui sérias e profundas discussões sobre o pacto das bruxas com o diabo, detalhadas descrições dos poderes das bruxas, seus venenos e seus crimes; sortilégios soporíferos e métodos para livrar-se deles, aparições de demônios e espectros, enfermidades provocadas por demônios e outros temas. Também examina detalhadamente os supostos poderes das bruxas para deslocarem-se de um lugar para o outro, de criar coisas vivas, como fazer as bestas falarem e como promover a aparição de defuntos; o uso das bruxas para curar os enfermos, as leis observadas pelas bruxas para causar e para curar enfermidades, as diferenças entre os endiabrados e os “embruxados” e outros temas da esfera do sobrenatural.
IV-Ars Goetia
Goetia ou Ars Goetia refere-se a uma prática que inclui a invocação e evocação de anjos e demônios. Baseia-se na tradição judaico-cristã em que o rei de Israel, Salomão, fora agraciado pelos anjos com um sistema que lhe dava poder e controle sobre os principais demônios da Terra e, consequentemente, a todos os espíritos menores governados por eles. Desta forma, o rei Salomão e, posteriormente, seus discípulos teriam toda espécie de poderes sobrenaturais, como invisibilidade, sabedoria sobre-humana e visões do passado e futuro.
A Arte Goética, (Latim, provavelmente: "A Arte de Uivar"), geralmente chamado só de Goetia (ou Goecia), é a ensinada na primeira parte das Clavículas de Salomão, um grimório do Século XVII. Este primeiro capítulo é conhecido como "Lemegeton Clavicula Salomonis" ou "A Chave Menor de Salomão" e nele são descritos todos os 72 Espíritos Infernais assim como todo o sistema que supostamente havia sido usado pelo rei Salomão.
V- Pseudomonarchia Daemonum
Pseudomonarchia daemonum (em português, algo como "falsa monarquia dos demônios") é um apêndice do tratado sobre bruxaria De daemonum de praestigiis escrito por Johann Weyer (também chamado Wier ou Wierus) em 1577.
Neste texto, Wier listou e hierarquizou os nomes de diversos demônios acompanhando-os as horas apropriadas e os rituais para invocar-los. Embora próximo do em sua natureza ao grimório A Chave Menor de Salomão possui diferenças em relação a este. Contém informações sobre 69 demônios (em vez de 72), e disto, tanto na ordem quanto na descrição dos demônios. Os demônios listados em A Chave Menor de Salomão que não aparecem na Pseudomonarchia são: Vassago, Seere, Dantalion e Andromalius. Em certas edições, listam 68 demônios em função de um erro de tipografia (o número 38 havia sido atribuido ao mesmo tempo a Purcel e Furcas) Weyer referiu a sua fonte de manuscrito como Liber officiorum spirituum, seu Liber dictus Empto. Salomonis, de principibus et regibus daemoniorum. (Livro das obras dos espíritos, ou o livro chamado Empto, Salomão, concernente aos Príncipes e Reis dos Demônios).
Mas, na entrada para um demônio, nos princípios de contabilidade geralmente aceitos ou reconhecidos (através da ordem dos contadores) ou na sua derivação, o texto se recusa a Salomão, como o autor de invocações, indicando Ham, filho de Noé, em vez disso:
'There were certeine necromancers that offered sacrifices and burnt offerings unto him; and to call him up, they exercised an art, saieng that Salomon the wise made it. Which is false: for it was rather Cham, the sonne of Noah, who after the floud began first to invocate wicked spirits. He invocated Bileth, and made an art in his name, and a booke which is knowne to manie mathematicians.
Havia certos necromantes, que ofereciam sacrifícios e queimas para ele, e ao invoca-lo, eles exerceram uma arte, dizendo que o sábio Salomão o fizera. O que é falso, pois era ele, Ham, o filho de Noé, que começou após o primeiro por invocar espíritos malignos. Ele invocou Bileth, e fez uma arte em seu nome, e que é o livro conhecido como maniacos matemáticos.
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