A Colina das Cruzes é um local de peregrinação situado de cerca de 12 km ao norte da cidade de Siauliai, no norte da Lituânia. A origem exata da prática de deixar cruzes no monte é incerta, mas acredita-se que as primeiras cruzes foram fincadas dentro dos limites das ruínas do castro Jurgaičiai, pouco depois do Levante de Novembro em 1831. Ao longo dos séculos, o lugar passou a significar a resistência pacífica do catolicismo lituano, apesar das ameaças que enfrentaram ao longo da história.
Durante os séculos, não só cruzes, mas crucifixos gigantes, esculturas de patriotas lituanos, esculturas sacras, estátuas da Virgem Maria e milhares de pequenos rosários vêm sendo trazidos por fiéis Católicos. O número exato de cruzes é desconhecido, mas as estima-se que existam mais de 100 mil.
Após a terceira partição da República das Duas Nações em 1795, a Lituânia tornou-se parte do Império Russo. Poloneses e lituanos, sem sucesso, se rebelaram contra autoridades russas em 1831 e 1863. E estes dois levantes estão ligados com o início da colina.
Segundo se conta, como famílias não conseguiam localizar corpos de familiares, ou assim que assim que recebiam a noticia de falecimento, começavam a colocar cruzes simbólicas nas ruínas de um castro próximo a colina, em memoria do falecido. A primeira cruz teria sido colocada pelo filho do dono do terreno onde se começou esta prática, que fora enviado para a guerra, pois era neste terreno que o senhor trabalhava e o filho considerou-o ideal para perpetuar a memória do pai. A partir desta muitas outras cruzes começaram a aparecer pelo mesmo motivo.
Quando a estrutura política antiga da Europa Oriental se desfez em 1918, a Lituânia, mais uma vez declarou sua independência. Durante todo esse tempo, a Colina das Cruzes foi usada como um lugar para os lituanos para rezarem pela paz, pelo seu país, e para os entes queridos que houvessem perdido durante as Guerras de Independência.
O local assumiu um significado especial durante os anos de 1944-1990, quando a Lituânia foi ocupada pela União Soviética. Os lituanos demonstrado sua lealdade a sua identidade original, religião e herança, continuando a migrar ate a Colina e deixar seus tributos. Era um local de resistência pacífica, embora os soviéticos trabalhassem duro para remover as cruzes, e arrasar o local pelo menos três vezes. Houve até rumores de que as autoridades planejavam construir uma barragem no Rio Kulvė nas proximidades, um afluente Musa, de modo que o morro ia acabar debaixo de água. Durante o dia as cruzes eram retiradas pelos Russos, mas à noite a população recolocava todas elas no mesmo local.
Em 7 de setembro de 1993, o Papa João Paulo II visitou a Colina das Cruzes, declarando que era um lugar de esperança, paz, amor e sacrifício. Em 2000, um eremitério franciscano foi aberto nas proximidades. A decoração chama ligações com La Verna, a montanha onde São Francisco recebeu seus estigmas. O morro permanece sem jurisdição e por isso as pessoas são livres para construir cruzes como entenderem.
Oh lugarzinho bizarro esse. Mas mesmo sendo bizarro é muito legal e interessante. Adorei o post.
ResponderExcluirObrigada ^^
ExcluirPostagem legal.
ResponderExcluirObrigada ^^
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