sábado, 4 de maio de 2013

Os sete pecados capitais - Parte 2

Comparação com os demônios

Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios seguindo os significados mais usados. De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:


Belzebu – Gula


Belzebu, Príncipe dos Demônios, tenente dos exércitos infernais, Senhor das Moscas e da pestilência. Estando diretamente sob a autoridade de Lúcifer, o imperador do Inferno.

é famoso pelo seu titulo: «Senhor das Moscas» preside á «Ordem da Mosca», e encontra-se entre os mais famosos anjos caídos. Por excelência, proporciona os mais famosos e acertados oráculos.

Dizem alguns Grimórios e estudos demonologistas, que Belzebu é uma das três entidades que constituem profana a trindade dos infernos, aquela que se opõem á santa trindade dos céus. A profana trindade seria assim constituída por Lucifer, Astaroth e Belzebu.

Quando aplicada a ideologia católica, Belzebu era visto na Idade Média como um dos sete príncipes do Inferno, sendo a personificação da gula.

Mammon – Avareza


Mammon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mammom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mammon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também é o anticristo, devorador de almas, e um dos sete príncipes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de pássaro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

Na era pré-cristã, eram cultuados muitos deuses. Mammon, contudo, não era o nome de uma divindade e sim um termo de origem hebraica que significa dinheiro, riqueza, ou bens materiais. Jesus, no Evangelho, utiliza a palavra quando afirma que não é possível servir simultaneamente a Deus e a Mammon (Lucas as 17:15 ). A palavra, no texto original, também é citada no Evangelho de Mateus:

"Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem corroem e onde ladrões não minam nem roubam: Para onde está o teu tesouro, aí estará o seu coração também."

"Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas." (Mateus 6:19-21,24)

Desta forma Mammon acabou por tornar-se, ao longo da história, e devido as diversas traduções da Bíblia, a representação de uma divindade maligna ou demônio.

Asmodeus – Luxúria


"Asmodeus é um dos demônios mais temidos do Inferno. É relacionado a luxuria, a sensualidade, os ciúmes, a fornicação, a ira, a vingança, e os jogos, que não perde muito tempo com conversas ou diálogos.

A sua principal missão é a de perturbar a vida sexual dos casais, destruir casamentos, incentivar o desejo dos homens pelas mulheres. Incentiva igualmente adultérios, e relacionamentos contra-natura. Ele é igualmente um dos demônios responsável pelas obsessões".

É considerado um dos sete príncipes do inferno abaixo somente de Lúcifer (o Imperador do Inferno). É o demônio representante do último pecado, a Luxúria, concepção dada ao considerado pior dos pecados. 

Sua origem difere muito conforme a fonte, alguns consideram-no como um anjo caído, porém alguns escritos judaicos indicam Asmodeus como o "Rei Esquecido de Sodoma", nesse conto Asmodeus é visto como o homem mais impuro já nascido, e aquele que guiou Sodoma à luxúria. Alguns teólogos consideram a destruição de Sodoma como meio de matar Asmodeus, e não como prelúdio do Dilúvio.

Já no livro de Tobias, é citado como o assassino dos noivos de Sara. Deus envia o Arcanjo Rafael para guiar Tobias, encontrar Sara e prender o demônio nos mais altos picos terrestres. Depois de completar sua missão, o Arcanjo cura Tobit pai de Tobias e retorna para a Corte celeste.

Segundo seitas satânicas, a letra inicial de seu nome é parte integrante de Baal, nome do deus pagão citado tanto nas escrituras sagradas do Torá (judaísmo) quanto na Bíblia (cristianismo), que se traduz nos nomes dos demônios Belzebu, Astarot, Asmodeus e Leviatã.

No Folclore Judeu Asmodeus seria filho de Adão o primeiro homem, e de Lilith (a primeira esposa de Adão antes de Eva), enquanto ela ainda era sua esposa e ambos viviam no paraíso.

Azazel – Ira


Demônio de origem hebraica. O Levítico menciona-o como o bode expiatório, enviado ao deserto. O nome atribuído a um anjo, que seria encarregado da tarefa de levantar as faltas humanas e as enumerar perante o Tribunal Divino, durante o julgamento da humanidade. É, por outro lado, uma figura misteriosa, que aparece por três vezes na Bíblia Hebraica, relacionado expressamente com o ritual do Yom Kipur, quando na época do Templo de Jerusalém um bode era sacrificado para o Criador e outro era ofertado a Azazel, sendo este último animal encaminhado ao deserto. 

Ao lado de Shemihazah, liderou um grupo de duzentos anjos que desceram à Terra, com o fito de viver entre os humanos. Conheceram de mulheres, e com elas tiveram filhos. Particularmente, Azazel teve filhos, que pereceram no Dilúvio. Esses rebentos foram chamados de nefilim. 

No entanto, as referências de Enoque a Azazel como um espírito maligno (Enoque 8:1; 10:4; 2 CR 11:15; Is 34:14; Ap 18:2 ou até mesmo o próprio demônio (KD. loc. cit.), numa oposição de antítese ao Senhor, dependem, sem dúvida, da interpretação que o próprio autor desse livro faz.

Leviatã – Inveja


No Antigo Testamento, a imagem do 'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Foi considerado pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo (semelhante ao Kraken) também são bastante comuns.

Belphegor – Preguiça


Belphegor ("o senhor do fogo"), divindade moabita venerada no monte Fegor. Demônio da preguiça, das descobertas e dos inventos. Era cultuado na antiga Palestina, o Sabbah dos feiticeiros da Idade Média não foram senão uma repetição, herança das festas de Belphegor. Belphegor é um dos sete príncipes que governam o Inferno, sendo a personificação da preguiça. Sua aparência modifica-se de acordo com a citação, desde um ser bestial (semelhante a um lobo) até um velho alto, barbudo, possuindo uma língua com forma de falo, dentes caninos grandes e uma cauda de dragão.

Lúcifer – vaidade


Lúcifer é uma palavra do Latim (lucem ferre) que quer dizer "portador de luz", nome dado ao anjo caído, da ordem dos Querubins, como descrito no texto Bíblico do Livro de Ezequiel, no capítulo 28. Nos dias de hoje, numa nova interpretação da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja origem é o hebraico Shai'tan, que significa simplesmente adversário). Atualmente discute-se a probabilidade de Lúcifer ter sido um Rei Assírio da Babilônia . 

De acordo com São Jerônimo, Lúcifer era o nome do principal anjo caído, e seu nome em hebraico, helel, é derivado do verbo lamentar, pois ele lamenta a sua queda e a perda do seu brilho. Esta visão prevaleceu entre os Padres da Igreja, de forma que Lúcifer não fosse o nome próprio do diabo, mas apenas o seu estado anterior à queda.


2 comentários:

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